Hoje, passei o dia na chácara de Aldeia, com Ricardo e Malu. E aproveitei para escrever, escrever, escrever... Comecei um livro didático para professores/as sobre o ensino religioso ecumênico, olhado no prisma de um ensino antropológico e histórico sobre as diversas tradições religiosas e sobre o fenômeno religioso humano, sem cair em nenhuma religião específica.
Por enquanto, o livro se chama: "Nas trilhas do saber espiritual". Estou escrevendo em forma de conversa com os/as professores encarregados dessa disciplina. Vamos ver se consigo fazer alguma coisa boa.
Meu Deus, que mundo. Terremoto na Tailândia. Mais de quatro mil mortos e uma multidão de gente ferida e deslocada. Em um dos países mais pobres da Ásia. Tornado em Xanxerê, Santa Catarina, vulcão que há décadas não era ativo, soltando cinzas e enxofre na Patagônia, sem falar em enchentes fenomenais na Amazônia e seca em outras regiões do país. Até quando as autoridades continuarão a sustentar esse modelo de desenvolvimento depredador que a natureza não suporta?
Enquanto isso, na Indonésia, um brasileiro de 42 anos é fuzilado por porte e tráfico de drogas. E não adiantou a família e o governo brasileiro mostrarem documentos comprovando que ele era bipolar e merecia tratamento hospitalar e não a morte. O que me impressiona em um drama como esse, além da questão humana de uma pessoa saber que vai ser morto hoje ou amanhã e esperar a morte ( estando bom de saúde) e por mera vingança de um Estado totalitário, já que ele era brasileiro e bastava expulsá-lo do país... Isso me deixa deprimido, mas mais ainda o fato de saber que muitos brasileiros, formados pelos nossos meios de comunicação (Globo, Band, Veja e companhia), são a favor da pena de morte no Brasil. Do jeito que andam as coisas, com esse Congresso que o povo votou em outubro, depois que o Eduardo Cunha conseguir, a serviço das empresas que pagaram a eleição dele, extinguir os direitos dos trabalhadores, diminuir a idade penal e acabar com o resto da legislação que ainda tenta controlar o comércio de armas no Brasil, em nome do Evangelho (ou liderando a bancada chamada evangélica), ele se lançará como candidato à presidência da República, provavelmente, e proporá no Congresso a discussão sobre a adoção de pena de morte em nossa Constituição.
E apesar de reações dos movimentos sociais contrários a esse retrocesso nas leis e na organização da sociedade, não percebo que a maioria das pessoas se deem conta do que está por trás e possam reagir inteligentemente. Que Deus nos inspire como viver esses tempos difíceis.