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Conversa, terça feira, 29 de julho 2014

Nesses dias, a Venezuela recorda o aniversário natalício do presidente Hugo Chávez que foi quem deu ouvidos aos movimentos populares, viveu inserido nos bairros populares quase dez anos e os articulou para retomar a revolução feita por Simon Bolívar no século XIX, libertando o país dos imperialismos externos e das desigualdades sociais imensas. Atualmente esse processo bolivariano está ameaçado pelos contínuos golpes do Império norte-americano que tenta tudo para destruí-lo. Afinal, a Venezuela é riquíssima em petróleo e os EUA precisam dominar a região. Além disso, Hugo Chávez liderou em toda a América um movimento de autonomia que o governo dos EUA não pode permitir. Agora ele não controla mais a OEA. Atualmente, temos a Confederação dos Estados da América Latina e Caribe (CELAC) que tem total autonomia em relação aos Estados Unidos. Temos a UNASUL (união dos povos da América do Sul). E temos a ALBA, aliança bolivariana para o comércio solidário entre nossos povos, no lugar da ALCA que os EUA queriam nos impor. 

Tive a oportunidade e a graça de conhecer e me aproximar de Hugo Chávez. Estive com ele algumas vezes e percebi que era um homem simples, extremamente apaixonado pela vida e pelas pessoas e especialmente com uma opção fundamental de servir aos mais pobres. Nisso nos encontramos. Uma vez me disse: "Política não é um caminho de poder. É um aprendizado de amor". E eu percebia que ele a vivia assim, mesmo com suas limitações e defeitos que todo mundo tem. Não sei porque ele gostava de mim. Quando há menos de um ano, conheci o novo embaixador da Venezuela no Brasil, quis me apresentar, ele me respondeu: "Eu já o conhecia através do presidente Chávez que falava muito bem de você". Por sugestão do presidente Chávez, escrevi um livro sobre como é viver uma espiritualidade socialista ("Para onde vai Nuestra América").  Nesses dias, eu tinha sido convidado para coordenar um culto ecumênico em Caracas diante do túmulo de Chávez. Na última hora, esse evento não aconteceu e eu não viajei. Mas, quero sim, mesmo daqui me solidarizar com o povo e o governo venezuelano por tudo o que eles têm sofrido e pelo caminho novo e justo que empreendem juntos. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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