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Meditação bíblica, 5a feira santa, 17 de abril 2014

5a feira santa. Começamos agora nessa tarde- noite a celebração pascal desse ano. E começamos com a ceia do Senhor que recorda a instituição da ceia que, segundo os evangelhos, Jesus fez antes de morrer. O evangelho proclamado e até encenado e vivido hoje nas Igrejas é o lava-pés. Preciso ainda aprofundar mais (para mim mesmo o sentido mais profundo e pascal desse gesto). Sempre o vi como uma indicação de que o sentido da eucaristia é nos colocar a serviço uns dos outros. Mas, não é apenas o serviço e sim o serviço que nos coloca como servidores e nos desinstala e nos esvazia como Jesus. E nesse sentido é um gesto de amor carente. O evangelho começa o relato do lava-pés dizendo: Tendo amado os seus que estavam no mundo, ele foi até o ponto em que o amor pode ir. Lavar os pés dos outros é ir até onde o amor pode ir. Eu peço essa graça de Deus. Compreendo que ainda tenho em mim pedaços de egoísmo e de pretensão. De repente, faço  a experiência de sofrer alguma pequena humilhação (inclusive certamente inadvertida por parte da pessoa que a fez) e logo tenho a tendência de ficar magoado ou de me fechar em algum ressentimento. Peço a Deus o contrário: que eu saiba dar graças por encontrar essa oportunidade de perceber que não sou importante e de que devo aprender a não ser centro de nada. Se eu conseguir isso, aí sim, me uno a Jesus e aí sim caminho no sentido de praticar o lavapés ou seja de viver o serviço humilde ao outro - serviço despojado e como expressão de verdadeiro e mais profundo amor. Que Deus me dê essa graça nessa Páscoa. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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