Nesse 5° domingo do tempo comum, a primeira leitura de nossas celebrações é tirada do livro de Jó (7, 1 - 7) e o evangelho é tirado do primeiro dia de trabalho de Jesus na Galileia (Mc 1, 29- 39). É um dia simbólico, paradigmático. Como se Marcos quisesse mostrar em um dia toda a atividade de cura e de libertação que Jesus veio realizar. E o capítulo mostra Jesus atuando em três ambientes: a beira do mar (lugar de trabalho, tanto da pesca, como do chamado dos discípulos), a sinagoga - lugar de meditação da Palavra de Deus e onde Jesus expulsa o mal de um homem e a casa onde ele vive a convivência familiar com o seu grupo. Hoje, o evangelho nos mostra Jesus entrando na casa e curando a sogra de Pedro. No tempo do evangelho, a Igreja não tinha templos, não tinha matriz e os cristãos se reuniam nas casas. Então, a casa era o lugar da reunião da comunidade. Era a Igreja doméstica. Tanto era assim que quando a gente fala em convivência familiar, essa convivência era com o seu grupo, com a família ampliada da comunidade. É importante notar que ali a atitude de Jesus é curar e a pessoa que ele cura é uma mulher. Ele dá a mão e a levanta do leito e ela, curada da febre, começa a servir.
Esse evangelho me faz pensar, hoje, na pastoral dos doentes, no cuidado da saúde... Pessoalmente me sinto um pouco fora dessa atividade e lamento isso. Jesus era mesmo um curador e nós discípulos dele deveríamos tomar mais a sério essa atividade. Tenho um amigo que faz orações para a cura divina. Respeito, mas essa não é minha maneira de interpretar a fé e não consigo entrar nisso. Se pudesse, me integraria mais na pastoral da saúde. Mas, a primeira leitura me faz pensar em todo sofrimento humano, na luta contra a violência, no fato de que nem Deus a Jó, nem Jesus quiseram explicar o sofrimento. (Buda cuidou disso). Jesus assumiu a luta contra o sofrimento (Buda também). E como manifestação do amor divino por nós. Essa é nossa vocação e nossa missão.