No último dia do nosso encontro do grupo de teologia Emaús, em Correias, Petrópolis, celebramos a Ceia do Senhor, presidida pelo pastor Cláudio Ribeiro, da Igreja Metodista. Um ritual simples e profundamente tocante. O evangelho foi o mesmo lido nas Igrejas de tradição católica e também anglicana: Marcos 12. Nessa passagem, Jesus denuncia os religiosos que se sentem importantes e assumem uma postura de dominação dos outros e de poder. E no templo, perto do cofre das esmolas, Jesus mostra que os ricos dão do que lhes sobram e uma pobre viúva dá a única moeda que tem para viver. A maioria dos comentários se centra na generosidade da viúva e como Jesus a tivesse elogiado. Mas, Jesus não a elogia. Mostra que o templo lhe rouba a única moeda que tem. Hoje ainda, algumas Igrejas que se dizem cristãs (e às vezes isso ocorre mesmo em santuários católicos) ficam ricas em nome de Deus e da extorsão emocional do pouco que os pobres têm. Pobre de Deus, cujo nome serve para esse tipo de violência simbólica.
No tempo de Jesus, era o templo de Jerusalém. Hoje, são outros templos e santuários.... Mas, as viúvas e os pobres continuam dando ao templo tudo o que precisam para sobreviver. Em nome de Deus. É preciso acabar com isso. Deus não tem nada a ver com o uso da religião para o comércio e o enriquecimento à custa dos pobres. Ao contrário, isso o agride e o faz sofrer.