Hoje, o calendário latino celebra a festa do batismo de Jesus. Nas Igrejas ortodoxas, esse fato do evangelho é comemorado a cada ano na festa do 06 de janeiro e é uma festa das mais importantes do ano.
Tanto nas Igrejas orientais como na Igreja latina, a memória do batismo de Jesus acaba suscitando a reflexão sobre o nosso batismo. Até alguns chegam a colocar como título: "Festa do batismo de Jesus e do nosso batismo".
Pessoalmente, penso que temos toda liberdade de refletir e contemplar os mistérios da fé de forma que nos façam bem. No entanto pessoalmente, (talvez por minha fixação monástica na celebração pascal), a festa do batismo cristão é a Páscoa, é a Vigília Pascal e não há outra. A festa do batismo de Jesus é fundamental para nós porque foi no batismo que Jesus descobriu sua missão de profeta e servidor e ao descobrir essa missão, descobriu-se "filho amado do Pai", no qual Deus confia e ao qual revela toda a sua intimidade.
Pessoalmente, agradeço a Deus essa graça de ser discípulo de um profeta e de poder viver esse profetismo no meu batismo pascal - que não é o mesmo feito por João Batista no Jordão. Conforme o evangelho, João mesmo afirmou: "eu batizo com água. Aquele que vem depois de mim batizará no Espírito Santo".
Essa celebração me deixa hoje a interpelação: Como viver hoje a profecia - não como João, mas como Jesus - unindo a luta pela justiça e pela libertação com a alegria de sermos inundados/as pelo Espírito?