Depois de uma viagem longa, (com escala em Madri), acabei de chegar em Lisboa onde vou assessorar por uma semana os missionários da Consolata em alguns encontros sobre ecologia e espiritualidade, em uma perspectiva de missão.
Hoje é a festa do batismo de Jesus. Nesse ano (A), lemos o evangeo de Mateus (3, 13- 17). Para as Igrejas orientais, é uma festa importante, a principal comemoração da Teofania, ou seja, manifestação de Deus. De fato, no batismo de Jesus, o Pai se manifestou através de Jesus e o Espírito desceu (suavemente como em um voo de pomba).
Conforme os evangelhos, uma vez, Jesus estava ensinando e curando as pessoas. Os seus adversários (escribas) se aproximam e lhe perguntam: Com que autoridade, você faz essas coisas? Ou seja, como você explica sua missão?
Jesus lhes responde: Eu lhes farei uma pergunta. Se vocês souberem me responder, eu poderei dizer de onde vem minha autoridade. O batismo de João vinha de Deus ou dos homens?
Eles pensaram: Se dissermos "de Deus", ele dirá: Por que, então, não acreditastes nele?. Se dissermos "dos homens", tememos o povo que o tem como profeta. Responderam: Não sabemos.
Jesus lhes respondeu: Então, eu também não posso lhes dizer com que autoridade faço essas coisas.
Alguns comentadores interpretaram essa palavra de Jesus como uma estratégia de polêmica. Ele os venceu se negando a dizer. Mas, não era esse o caso. Quando ele diz: eu não posso, é porque não podia mesmo. Ou as pessoas reconhecem o batismo de João e compreendem o seu significado, ou não têm como compreender a missão de Jesus. Jesus se tornou profeta no batismo de João e ali recebeu a sua missão. Então, o batismo de Jesus no Jordão foi como sua ordenação para ser profeta. E como nós somos discípulos de Jesus, nossa missão profética também vem disso. O batismo de João era um rito da religião popular e para o perdão dos pecados. Então, foi quando se colocou na pele do povo pecador que Jesus recebeu do Pai a sua missão. Nós também é quando nos inserimos e nos solidarizamos com os mais pobres e mesmo os mais pecadores que descobrimos a voz do Pai e recebemos o seu Espírito. Como aconteceu com Jesus no Jordão.