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Meditação bíblica, domingo 13 de julho 2014

Nesse domingo, as comunidades católicas e anglicanas leem como evangelho a parábola do semeador que deveria se chamar a parábola dos terrenos, já que é disso que Jesus trata (Mt 13, 1 - 9). 

Sobre essa página do evangelho, me ajuda a pensar:

1° - que é uma parábola de crise e de conflito. O contexto é a controvérsia de Jesus com seus adversários - os chefes da religião e do império. Nesse contexto é que Jesus se sente obrigado a falar em enigmas (parábolas) e não claramente. Hoje ainda vivemos situações assim, nas quais o jeito é falar por alusões e símbolos, já que não se tem liberdade de falar mais claramente. 

2° - gosto de pensar que o semeador distribui a semente sem poupar e sem discriminar nenhum terreno. É generoso e é aberto. Mas, os terrenos acolhem a semente, cada um do seu modo. E a parábola parece que demora mais em explicar porque os terrenos pedregosos e os do meio da estrada não conseguem frutificar a palavra. Hoje, vivemos em uma sociedade que não deixa a palavra germinar e se tornar planta. "As preocupações do mundo e das riquezas" continuam atuais. 

3° - Apesar de tudo, há um terreno bom e no qual a semente dá uma boa quantidade de trigo ou de arroz. E nesse ponto, Jesus é otimista. Devemos ser também. A palavra ainda é semente, mas semente com condições de florescer e frutificar. Lembro-me da parábola do homem que, em sonhos, recebeu uma revelação de que Deus viria ele próprio e em uma tenda que havia perto da casa dele haveria tudo o que ele quisesse para viver bem e ser feliz. Ele foi à tal tenda. Estava com uma lista de coisas para pegar e ao chegar lá viu as prateleiras vazias e um rapaz que servia (devia ser um anjo) notou a decepção dele e explicou: "Deus não tem como projeto dar nada pronto. Ele dá semente. Se você plantar e cultivar, tem. Se não cuidar, não terá".

Temos de cultivar com mais cuidado e zelo as sementes que recebemos. 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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