13° Domingo comum do ano. O evangelho é Lucas 9, 51- 62.
Hoje à noite devo pregar na Igreja presbiteriana de Ipanema, convidado pelo meu amigo, o pastor Edson Fernandes.
Desde os 18 anos, em toda a minha vida de monge, fui muito marcado por esse texto do evangelho. No começo, essas palavras de Jesus me pareciam muito duras e me davam medo: "As raposas têm tocas, as aves do céu têm ninho, mas o Filho do Homem não tem onde encostar a cabeça". ... "Deixa que os mortos enterrem os seus mortos".... "Quem põe a mão no arado e depois olha para trás não está apto ao reino de Deus".
Hoje, compreendo que a radicalidade e a exigência imensa que de fato estão contidas aí não vêm propriamente de Jesus e sim da realidade. O mundo é tão adverso e as condições para testemunhar o reino são tão difíceis que não há como viver esse caminho sem essa radicalidade.
E o evangelho deixa claro: Jesus decide subir a Jerusalém... É a grande decisão de sua vida porque o leva à sua assunção - a sua páscoa... Começa por ir à periferia - ao povo marginalizado da Samaria - começa pela inserção no meio dos mais pobres e a tragédia é que esses não o acolhem. Jesus respeita isso e segue adiante... Nesse contexto, vem a formação dos discípulos para o seguimento.. E aí sim ele pede radicalidade, libertar-se do passado, ser inteiro naquilo que a gente se propõe a viver....
Pessoalmente, a cada dia, devo lutar de novo para retomar esse caminho e fazer de novo essas opções fundamentais do seguir Jesus, custe o que custar...