Essa festa da Santíssima Trindade é mais uma dessas celebrações dogmáticas, inventadas na Idade Média para combater heresias. Atualmente, desejamos que as celebrações litúrgicas deixem de celebrar ideias e verdades. Passem a celebrar a memória de Jesus e os fatos importantes da nossa salvação. De todo modo, é sempre bom recordar que Deus é mistério e tudo o que dizemos dele é por analogia e comparação com nossas realidades humanas. Nesse sentido sim cremos que em Deus há essa dimensão de Pai e Mãe, há uma dimensão de Filho e juntando tudo essa energia amorosa que chamamos de Espírito Santo.
O evangelho de hoje (Mateus 28, 16- 20). começa mostrando os discípulos ainda com medo e hesitantes mas indo à Galileia para encontrar Jesus ressuscitado. (A Galileia era na época de Jesus a região mais pobre e mais sincrética do país. Ali viviam os camponeses explorados e ali se misturavam as crenças judaicas e pagãs). Nós também temos de voltar às nossas Galileias, partir dos empobrecidos e a partir do diálogo com a diversidade das crenças e religiões. É somente ali que poderemos como os discípulos encontrar o ressuscitado e ele nos confirmar na missão. Ele nos confirma que está no meio de nós e em nós o tempo todo. E precisamos descobrir e valorizar isso. Também ele nos manda mergulhar toda a humanidade e a criação no amor divino e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Tem gente que interpreta isso como se Jesus tivesse mandado os discípulos saírem por aí convertendo pessoas para a Igreja. Mas, naquela época nem existia propriamente Igreja. O que ele mandou foi mergulhar a humanidade no amor divino e fazer isso em nome de Deus.