Nesse 6° domingo da Páscoa, escutamos as palavras que, segundo a comunidade do 4° evangelho, Jesus teria dito na última ceia, antes de partir. E essas palavras são uma declaração de amor. E não somente de amor romântico e sentimental, que é bom e agradável, mas de amor divino, amor que cria vida nova e suscita amor a um ponto tal de dar a vida pela pessoa amada.
Essa declaração de amor é tão impressionante que corremos o risco de nem recebê-la bem. Ela nos parece fora da realidade. Ninguém parece amar assim. Nós mesmos nos sentimos incapazes de amar desse modo: amar como o Pai amou Jesus e como Jesus nos ama. No entanto, ele diz: Permanecei no meu amor.... Então, eu não consigo amar assim, mas posso sim mergulhar no amor dele e aí eu não posso dizer que ele está em mim, mas que eu estou nele.
E esse amor é revolucionário tanto no plano de minha vida, como no plano da vida social e do mundo. Lembro-me de ter escutado uma vez o presidente Hugo Chávez dizer: "Pensam que a revolução é uma obra de ódio. É o contrário: se é uma revolução verdadeira, é uma obra de amor".