Neste domingo, no Brasil, a Igreja Católica celebra a festa da assunção da Virgem Maria. Nunca gostei dessa festa porque além de ser uma celebração dogmática instituída por Pio XII (em 1950) no auge do triunfalismo eclesiástico, ela divide mais os cristãos - nenhuma outra Igreja aceita esse dogma, nem os ortodoxos que têm uma devoção imensa a Virgem Maria. Não é uma crença bíblica e em uma nova antropologia, dificílima de explicar como alguém pode ter subido ao céu de corpo e alma.. Onde está esse corpo e o que seria no caso o céu... Mas, enfim, medito o mistério maior - Deus encheu Maria com a plenitude de sua graça e nesse sentido a assunção corporal é algo que a Igreja prega que ocorrerá com todos nós. Rezamos no Credo: Creio na ressurreição da carne/ do corpo. Maria teria ido por primeiro. E nesse sentido, nos anima a viver desde já esse processo de subida - de elevação da nossa vida.
O Evangelho lido nessa festa (o da visita de Maria a Isabel - Lc 1, 39 ss). insiste na alegria. Isabel se alegra com a visita, Maria se alegra em ouvir a profecia de Isabel - Tu és feliz... O menino que Isabel tinha no ventre exultou de alegria. Enfim, tudo respira a alegria. A alegria que vem da fé. O evangelho se encerra com o cântico de Maria que é também uma expressão dessa alegria: exulta o meu espírito (de alegria) em Deus meu Salvador.
A alegria messiânica tem duas fontes: uma a confiança de que Deus transformará a realidade dura da vida. Então, sentir ou pressentir essa ação divina no dia a dia de nossa vida só pode ter como consequência nos alegrar. E o outro motivo de alegria é a profecia de que a presença divina no mundo acarretará uma profunda transformação do mundo. Derruba os poderosos e eleva os pequenos. Nunca ninguém foi tão subversivo. Que essa festa nos renove nessa confiança e nessa disposição de alegria que vença todas as nossas dores.