O evangelho lido nas comunidades nesse 16° domingo do tempo comum (ano B) se liga com a passagem proclamada no domingo passado. Jesus tinha enviado os seus discípulos e discípulas dois a dois.... (Mc 6, 7- 13). Agora nesse domingo, o evangelho de Marcos mostra que eles (e elas) voltam da missão e contam a Jesus o que viram, ouviram e o que fizeram nas aldeias da Galileia por onde foram dois a dois (Marcos 6, 30 - 34).
Jesus lhes propõe irem juntos a um lugar deserto para refazerem as forças. Mas, Jesus fracassou em seu projeto de fazer um retiro com os apóstolos. O povo pobre correu das aldeias antes deles e quando chegaram do outro lado do lago da Galileia, já encontraram a multidão. E o evangelho conclui dizendo: Ao ver aquele povão, Jesus fica profundamente comovido. O termo grego usado fala que suas entranhas se mexem de um amor uterino - amor que uma mãe tem pelo filho que está no útero - e continua o evangelho porque eles (o povo) eram como "ovelhas sem pastor".
Depois de anos nos quais o que caraterizou a Igreja foi sua organização sacramental e sua estrutura jurídica, temos um papa que dá sinal e fala de que o que deve marcar a Igreja é a pastoralidade, isso é, a capacidade e o jeito de ser pastor. Esse jeito de Jesus, esse amor maternal que se solidariza com quem precisa.
Essa compaixão divina se manifestou com as pessoas - gente doente que vinha pedir cura, gente triste que vinha pedir consolo - gente perdida que vinha pedir orientação - mas, Jesus também se compadeceu do povo como povo - coletivo - e se solidarizou com a multidão dos marginalizados. Tomou partido pelos pequenos, como nós e toda a Igreja, somos chamados a fazer.