Nesse último domingo do Advento, a liturgia das Igrejas católica, anglicanas e luteranas nos fazem iniciar a celebração cantando e orando:
"Das alturas orvalhem os céus e as nuvens que chovam justiça. Que a terra se abra ao amor e germine o Deus Salvador".
É um refrão adaptado do livro do profeta Isaías e expressa a ânsia de toda a criação pela manifestação do reinado divino no mundo que nós, cristãos, cremos se realizará através de Jesus.
As leituras desse domingo são muito bonitas.
Miqueias 5, 1 - 4 e o evangelho da visitação (Lucas 1, 39 ss).
A comunidade de Lucas escreve a visita de Maria a Isabel como uma espécie de comentário e atualização da transferência da arca da aliança de Obed Edom a Jerusalém (2 Sm 6). Assim ele diz que Maria é a nova arca da aliança que contém no seu corpo grávido a aliança de Deus com a humanidade, o Cristo Salvador.
A cena é muito bela. Maria acaba de receber do anjo o anúncio de que ela iria ser mãe do Messias e já se apressa a ir ajudar a sua prima. São mais ou menos cem quilômetros que ela viajou a pé... E de acordo com o texto sozinha.
De acordo com esse texto, o Espírito Santo se manifestou ali antes de sua descida em Pentecostes. A visitação de Maria a Isabel é uma espécie de antecipação de Pentecostes. Ele ( o Espírito) faz todo mundo profetizar: Isabel profetiza: Feliz és tu que acreditaste... Maria profetiza com o seu cântico maravilhoso. E até as duas crianças ainda no útero profetizam. Os dois meninos, João Batista e Jesus já se comunicam. Revelam que suas mães estão grávidas por intervenção divina e que pela missão deles, o reinado divino começa no mundo. E começa mostrando que Deus abre o útero das nossas esterilidades e nos faz gerar uma vida nova. O ambiente dessa manifestação do Espírito é a alegria - o menino exultou de alegria no ventre de Isabel, Maria canta: Meu espírito exulta de alegria.... Nós somos convidados a viver essa alegria da proximidade de Deus em nossas vidas e na vida do mundo.