Hoje à tarde, missa em uma paróquia de periferia de Veneza com um grupo que atua na Pax Christi, organização dedicada à paz, principalmente em Israel entre judeus e palestinos e no Oriente Médio (Síria e Iraque). A celebração é em uma sala transformada em capela. Como as primeiras comunidades cristãs, celebramos em redor de uma mesa e todos juntos, jovens, leigos/as e padres, todos como ministros de Deus.
O evangelho é Marcos 9, 30 em diante. Jesus caminha para a Galiléia sem querer que todos saibam porque queria formar o grupo de seus discípulos. E fala de como sente que acontecerá ao chegar em Jerusalém. Os discípulos não compreendem, mas não querem perguntar. Não querem reconhecer que estão tomados pela ideologia da sociedade dominante e pelo que o evangelho chama de "fermento dos fariseus". O fermento era o símbolo de algo que se preocupa com a aparência e sem realidade por baixo. Como o pão que incha com o fermento, mas a massa não corresponde ao tamanho e à aparência. Jesus revela sua opção de ser um servidor e de assumir o sofrimento e a cruz. Não porque goste, mas porque é a consequência de sua missão. Ao contrário, no mesmo caminho de Jesus, os discípulos estão discutindo não como ser solidários a ele e sim quem deles teria mais poder e prestígio. Não basta seguir Jesus para assumir sua causa. Os discípulos seguiam Jesus mas pensavam e queriam coisas que eram contrárias a ele. Hoje ainda muitos cristãos e mesmo pastores da Igreja pensam seguir Jesus mas estão sim presos ao poder e ao desejo de dominar os outros. A contribuição de Jesus para a paz do mundo foi propor um caminho de serviço simples, despojado e baseado no não poder ou no anti-poder. Não há possibilidade de paz na competição e na ambição.
Jesus propôs acolher os pequeninos e solidarizar-nos com eles/elas. Esse é o caminho para a paz e para um mundo mais justo e humano.