O evangelho proclamado nas comunidades católicas e anglicanas nesse domingo (o 5o da Páscoa) é tirado do início do discurso de Jesus após a ceia (Jo 13, 31- 35). O evangelho coloca na boca de Jesus o tema da glorificação de Jesus. Para o evangelho, a glória de Deus significa o sinal visível da presença divina para libertar o povo. No primeiro testamento era a nuvem que desceu sobre a caminhada dos hebreus no deserto para guia-los no caminho da terra da liberdade. No novo testamento, essa presença divina se revela na pessoa de Jesus e principalmente nisso que o evangelho chama de "hora" de Jesus. A hora de Jesus é a Páscoa. Não precisamos interpretar isso no sentido sacrificial da paixão de Jesus. É a doação de sua vida e a criação de uma nova sociedade e até da renovação da terra. Nesse sentido, devemos reler o mandamento novo de Jesus: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Essas palavras foram tão usadas e deturpadas que se tornaram vazias. Temos de resgatá-las no sentido não apenas interpessoal e sentimental, mas social e cósmico. Esse amor-ágape, amor solidariedade deve ser o fundamento de uma sociedade nova.