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Mensagem de ano novo

Queridos irmãos  e irmãs, 

Começo este primeiro dia do ano me comunicando com vocês que me seguem na internet e para lhes agradecer a comunhão que vivemos. Quero dedicar a cada um/uma de vocês a palavra que o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo: “Reacenda o dom de Deus que está em você” (2 Tm 1, 6). 

Podemos imaginar um voto de ano novo melhor do que esse? O que significa reacender o dom de Deus em nós? Antes de tudo é reconhecer que temos esse dom no mais profundo de nós. Em cada um, o dom de Deus se apresenta de modo próprio. (Na carta aos coríntios, Paulo diz: há diversidade de dons, mas um só é o Espírito que os dá a todos/as). 

Reacender o dom é deixar que o Espírito nos ilumine para que nossas forças, energias, capacidades e gostos sejam colocados na direção que queremos dar a nossa vida. Sejam unificados no rumo que é nossa opção de vida. E aí a primeira coisa é reconhecer qual é esse rumo, essa opção de vida. 

Há em você uma centelha, uma chama divina dentro de você e ela nos faz enxergar para além dos desânimos e fadigas do cotidiano. Penso que para isso, temos de nadar contra a corrente da sociedade atual, reafirmar que fundamentamos nossa vida em outras bases. E não basta viver isso. Temos também de dar aos outros esse testemunho. 

 Para isso desejo que esse ano novo seja para nós um tempo de vida nova. Na antiga festa do ano novo, o povo da Bíblia orava o salmo 65 que diz: 

Coroas o ano com teus benefícios, à tua passagem goteja a fartura. 

                 Goteja os pastos do deserto e as colinas se cingem de júbilo...”  (Sl 65, v. 12- 13 – tradução da CNBB).              

                Na proposta de oração do livro “Diálogos com o Amor”, traduzi assim: 

“Com teus bens, coroas o ano, O inverno dá lugar à primavera, 

O sertão verde vibra de alegria, A ti celebra toda a mãe Terra” (Sl 65. pag. 123).  

 Para nós, essa renovação que atinge até o cosmos tem como instrumento que encontremos sempre mais formas e ocasiões de integração. E que contemos uns com os outros não apenas como bons companheiros de trabalho ou como colegas de caminhada, mas como irmãos de uma conspiraçãoevangélica na qual Jesus nos mandou amar uns aos outros com um amor de predileção (não é só gostar da pessoa, é ter uma predileção afetiva – que Jesus externou ao dizer na ceia: Assim como eu amo vocês, se amem uns aos outros – Jo 15, 7). 

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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