O trecho do evangelho lido nas Igrejas nesse 3o domingo da Quaresma mostra Jesus expulsando os vendedores de animais e cambistas do átrio do templo de Jerusalém (João 2, 13 - 21). O verbo grego é o mesmo de exorcizar. Jesus exorcizou os vendedores. E o seu gesto profético é muito forte: pegar um chicote e bater neles e derrubar as mesas dos cambistas, etc. E fez isso sozinho. O seu gesto tem duas dimensões: uma dizer que acabou o tempo dos sacrifícios. A partir dele, os sacrifícios de animais no templo não tinham mais sentido. Deus quer outro tipo de relação conosco. Do outro lado, o próprio templo estava superado. Podem destruí-lo e eu construirei um outro. E falava do templo do seu corpo. De fato, a ressurreição de Jesus inaugura para nós um outro modo de relação com Deus no qual a gente é o templo dele. Ele mora em nós e não em casas de tijolos. Eu confesso que fico impressionado como hoje em todas as paróquias e Igrejas do mundo se leem esse evangelho e a impressão que eu tenho é que poucas pessoas tiram dele as consequências que devem ser tiradas. Muitas pessoas ainda ficam na religião do templo, dos sacrifícios ou ritos externos, dos deveres para com Deus e não da gratuidade da fé e da relação amorosa através de Jesus.