Nesse domingo (5o) da Quaresma, as comunidades cristãs escutam um trecho do evangelho de João (Jo 12, 22- 33). Ali conta que Jesus sabe que sua morte está chegando e quando alguns gregos pedem para vê-lo, ele diz que vai ser glorificado através da cruz. E explica: "Se o grão de trigo, caído por terra, não morre, não brota e fica estéril. Só se aceita morrer, se torna planta e dá fruto...". Ser glorificado para ele não é ser honrado ou elogiado ou reconhecido como importante. É ser totalmente cheio da gloria de Deus. Glória de Deus significa na Bíblia um sinal visível da presença divina. Então, ser glorificado é ser cheio da presença de Deus, ganhar uma espécie de transparência na qual a presença divina nele se torne visível. Então se é assim quando Jesus diz que é à medida que ele é elevado na cruz que ele é glorificado, isto é, que ele transparece a presença de Deus nele, isso significa que Deus se manifesta na cruz. Não porque goste de sofrimento ou porque queira a morte, mas como solidariedade e compromisso de amor para com as vítimas do mundo como Jesus foi. Deus não se revela nos sinais de poder e de força, mas na fraqueza e na pequenez, no meio dos que são pequenos. E é por eles e para eles que Jesus aceita, assume a cruz.