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Momento bíblico - sábado, 05 de novembro 2011

Hoje, dia nacional da cultura, me faz pensar na pluralidade das culturas e em como todas elas expressam uma inspiração divina porque expressam amor à vida, relação humana e sabedoria, experiência na forma de viver. Na Bíblia, pelo século VI antes de nossa era, o povo bíblico foi dominado pelas grandes potências da época (Assíria, Babilônia e Pérsia, - atualmente Iraque e Pérsia). Então, no lugar das profecias sociais e políticas, como faziam Isaías, Amós e outros antepassados, (eles nem podiam fazer mais isso nas condições de colônia estrangeira), a intuição das comunidades foi de valorizar os elementos culturais para garantir a identidade judaica e descobrir a palavra divina na experiência cotidiana das famílias, nos provérbios populares e nas histórias que o povo contava nas ruas. Isso deu origem aos chamados livros sapienciais, seis ou sete livros bíblicos (Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, etc). São livros bonitos e profundos e sobre temas fundamentais. Deles, o mais bonito e exótico é o Cântico dos Cânticos. O rabino Akibá dizia: Todos os escritos são santos, mas o Cântico dos Cânticos é o mais santo. Isso porque ele trata do assunto mais santo: o amor. É o único livro bíblico que não tem nenhuma vez escrito o nome de Deus, Não precisa. Fala o tempo todo do amor e do amor erótico, da paixão e da relação entre um rapaz e uma moça, como símbolo de todo amor humano que no mais profundo é divino. O amor é mais forte do que a morte, diz um versículo e termina dizendo: Guarda-me como uma tatuagem no teu coração. Que esta amorosidade seja para nós um modo de viver, uma verdadeira cultura cotidiana e expressa em nossa forma de ser.  

Marcelo Barros

Camaragibe, Pernambuco, Brazil

Sou monge beneditino, chamado a trabalhar pela unidade das Igrejas e das tradições religiosas. Adoro os movimentos populares e especialmente o MST. Gosto de escrever e de me comunicar.

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