Nesta noite, vigília do 1° domingo da Quaresma, as Igrejas antigas leem o evangelho de Marcos (Mc 1, 11 ss) que conta que após o batismo, o Espírito empurrou Jesus ao deserto, onde ele viveu 40 dias, tentado por Satanás, em companhia de animais selvagens e os anjos de Deus o serviram. Esse ir ao deserto é uma proposta fundamental para todo ser humano. Uma peregrinação ao mais interior da gente mesmo, ao núcleo de nossa própria solidão interior para nos encontrar com nossa verdade mais profunda e assim nos dispor a encontrar a Deus na intimidade do próprio ser. Na Bíblia, o deserto sempre recorda o Êxodo e o projeto libertador de Deus. Não é apenas um chamado à interioridade, mas também à mística social da libertação coletiva do povo a qual devemos servir. Essa situação permanente de tentação ou de provocação é a que nos faz sempre escolher. Temos sempre de refazer nossas opções fundamentais. Retomar o caminho pascal.