Hoje, 25 de março é o dia no qual as Igrejas históricas (católica, anglicana, etc) celebram a festa da anunciação do Senhor (Jesus). Teria sido o dia (nove meses antes do Natal) no qual Jesus teria sido concebido.
Para mim é uma data de muitas recordações, porque em 1976, esse dia marcou minha saída de Olinda para integrar uma comunidade de monges, mosteiro pobre e inserido no meio dos lavradores a 25 km de Curitiba, na Serra do Mar. Foi um ano duro e desafiador mas valeu. Depois aquela comunidade se transferiu a Goiás e essa data ficou sempre como dia da festa do Mosteiro da Anunciação do Senhor. Até hoje, aquela comunidade de Goiás, mesmo tantos anos depois de ter acabado, continua referência para muitas pessoas e grupos espirituais, no Brasil e em outros países.
Hoje medito o evangelho de Lucas que conta o anúncio do anjo Gabriel a Maria (Lc 1, 26 – 38). É um relato simbólico todo construído sobre uma página do profeta Sofonias (3, 12 em diante). No caso, as palavras do anjo a Maria são praticamente as mesmas que o profeta tinha dito a todo o povo de Jerusalém. Portanto, Maria é imagem do novo povo de Deus e o anúncio do nascimento de Jesus é como o do final do exílio e da libertação do povo de Deus de todos os seus sofrimentos. Hoje, aplico a vocês das comunidades, dos grupos de base e das pastorais sociais as palavras dessa profecia que traduzo aqui adaptando-as, atualizando-as:
Ave (significa) Alegre-se, povo de Deus (o profeta dizia: Jerusalém). A graça divina escolheu vocês. O Senhor está com vocês. Vocês são bendito entre todos/as, porque através de vocês, Deus realizará o seu projeto no mundo. Ele será como fruto do ventre fecundo dessa comunhão que vocês formam.
Vamos acolher e viver essa gravidez de um tempo novo de graça e encarnação.