Nesses dias, estou viajando no norte da Itália com a missão de reanimar comunidades cansadas e ajudar a fortalecer uma aliança da humanidade para uma transformação do mundo. Como saí do Brasil antes da greve dos caminhoneiros, tenho sido obrigado a acompanhar de longe a realidade brasileira e as interpretações sobre a greve, é claro, me solidarizando com os caminhoneiros, uma das mais oprimidas e pesadas categorias de trabalhadores. Do outro, sabendo que, no contexto atual em que estamos, a direita está disposta a se apoderar e faturar em cima de qualquer mobilização social que apareça. As duas frentes populares (Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo) já declararam apoio aos caminhoneiros e aos trabalhadores da Petrobras, ao mesmo tempo que denunciaram a iniquidade que o governo Temer, através de Pedro Parente, está fazendo com a Petrobras.
Isso nos ajuda a focar a discussão e garantir que a luta seja na direção correta.
Mas, além desse cuidado de nos fazer lutar por aquilo que é a causa do povo e dos trabalhadores (a retomada da Petrobras para o povo brasileiro), essa greve nos coloca o problema do tipo de sociedade pelo qual lutamos - qual o paradigma de civilização que seguimos.
Nesse sentido, nos interpela o que, desde o São Francisco, (Juazeiro da Bahia e Petrolina) escreve o amigo e companheiro Roberto Malvezzi (Gogó):
A cidade está um silêncio.
As ruas estão desertas, bicicleteiros e pedestres podem andar à vontade.
O ar está limpo.
Não há ruídos para perturbar nossos ouvidos
Não há gás na cidade, muita gente cozinhando com churrasqueira, panela elétrica, fogão solar.
Não há postos com gasolina e os carros estão nas garagens.
Começa faltar de tudo nos mercados e supermercados, mas os hortigranjeiros que vem do interior estão passando em nossas portas, também galinha caipira, bode fresco, peta, ovos, etc. Portanto, fome ainda não chegou por aqui.
Aqui é uma região produtora de hortigranjeiros, a exportação está bloqueada, prejuízos de 570 milhões de reais segundo a VALEXPORT. Em compensação, estamos comendo quase de graça as frutas de exportação que antes nem passavam pelo mercado local, como a banana de primeira que nunca se via por aqui.
Sabe que seria interessante aprender a lição e voltarmos a ter pomares nas chácaras, hortas nas casas, menos dependência de supermercado e dos shoppings?
Quem sabe dependermos menos de caminhões, com produções mais regionalizadas...
Quem sabe até pensarmos em ferrovias, trens com muitos vagões, apenas uma locomotiva, levando gente e mercadoria....
Quem sabe navegação de cabotagem pela longa costa brasileira, abastecendo grande parte de nossas cidades litorâneas...
Quem sabe mais energia solar produzida pelo povo, também eólica e assim menos dependência de combustíveis fósseis...
Quem sabe chegue a hora que não precisemos mais de petróleo – esse poluidor do ar, que colabora com o aquecimento global – e possamos viver de energias limpas. Como gorjeta nos livraríamos dos Pedros Parentes e dos analistas do mercado.
Quem sabe uma civilização menos predatória, menos consumista, mais sustentável, mais humana e realmente agradável de se viver...
Isso nos ajuda a focar a discussão e garantir que a luta seja na direção correta.
Mas, além desse cuidado de nos fazer lutar por aquilo que é a causa do povo e dos trabalhadores (a retomada da Petrobras para o povo brasileiro), essa greve nos coloca o problema do tipo de sociedade pelo qual lutamos - qual o paradigma de civilização que seguimos.
Nesse sentido, nos interpela o que, desde o São Francisco, (Juazeiro da Bahia e Petrolina) escreve o amigo e companheiro Roberto Malvezzi (Gogó):
A cidade está um silêncio.
As ruas estão desertas, bicicleteiros e pedestres podem andar à vontade.
O ar está limpo.
Não há ruídos para perturbar nossos ouvidos
Não há gás na cidade, muita gente cozinhando com churrasqueira, panela elétrica, fogão solar.
Não há postos com gasolina e os carros estão nas garagens.
Começa faltar de tudo nos mercados e supermercados, mas os hortigranjeiros que vem do interior estão passando em nossas portas, também galinha caipira, bode fresco, peta, ovos, etc. Portanto, fome ainda não chegou por aqui.
Aqui é uma região produtora de hortigranjeiros, a exportação está bloqueada, prejuízos de 570 milhões de reais segundo a VALEXPORT. Em compensação, estamos comendo quase de graça as frutas de exportação que antes nem passavam pelo mercado local, como a banana de primeira que nunca se via por aqui.
Sabe que seria interessante aprender a lição e voltarmos a ter pomares nas chácaras, hortas nas casas, menos dependência de supermercado e dos shoppings?
Quem sabe dependermos menos de caminhões, com produções mais regionalizadas...
Quem sabe até pensarmos em ferrovias, trens com muitos vagões, apenas uma locomotiva, levando gente e mercadoria....
Quem sabe navegação de cabotagem pela longa costa brasileira, abastecendo grande parte de nossas cidades litorâneas...
Quem sabe mais energia solar produzida pelo povo, também eólica e assim menos dependência de combustíveis fósseis...
Quem sabe chegue a hora que não precisemos mais de petróleo – esse poluidor do ar, que colabora com o aquecimento global – e possamos viver de energias limpas. Como gorjeta nos livraríamos dos Pedros Parentes e dos analistas do mercado.
Quem sabe uma civilização menos predatória, menos consumista, mais sustentável, mais humana e realmente agradável de se viver...
Olha, esse paraíso nem parece tão impossível....