Estou voltando da Livraria Cultura no Paço Alfândega (Recife) onde fizemos o lançamento do meu livro mais recente: "Para onde vai Nuestra América". Eu quis fazer este lançamento na Livraria Cultura pensando em ampliar a divulgação da mensagem. Pensava em um espaço leigo e mais aberto... Primeiramente, sofri muito em todos estes meses com a decepção de nunca poder encontrar os responsáveis pela comercialização e pelos eventos dessa grande livraria. Uma vez, consegui falar por cinco minutos com o responsável pelos lançamentos que marcou fazê-lo hoje. Nunca depois se comunicou comigo sobre qualquer problema e no dia exato (hoje) saiu de férias não deixando nenhum responsável no lugar. Além disso, de última hora, negaram o auditório que tinha sido combinado e nos colocaram em um corredor, sem assentos e sem direito a sistema de som. Não consegui conversar com ninguém responsável pela livraria. Toda minha experiência foi de sofrer com a falta de comunicação e de respeito mínimo à pessoa humana. Assim mesmo, fizemos um bom encontro. Chegou muita gente. Alguém calculou 150 pessoas, gente mais velha e também gente jovem. Religiosos e pessoas de Igrejas (católicos e anglicanos), assim como um ou outro político. Coromoto Godoy, consulesa da Venezuela em Pernambuco, apresentou o livro muito carinhosamente e de forma muito simpática. Pedro Lapa, meu amigo, foi o mestre de cerimônia e algumas outras pessoas falaram, concluindo tudo com uma breve fala minha. Eu disse que o interesse pelo livro revela que esse processo social novo que está ocorrendo em vários países do continente desperta esperança e confiança em muita gente. É certo que nenhuma revolução se faz por governos. Só o povo é capaz de fazer revolução. Pode haver governos que favorecem ou possibilitam o processo popular e governos que dificultam (um governo populista, mas de caráter capitalista dificulta e atrasa o processo). Nós celebramos este caminho nascido nas comunidades populares, nos grupos negros e comunidades indígenas. A partir daí nasce o socialismo novo para o século XXI. Um grupo de jovens de Paudalho (cidade do interior de PE) cantaram músicas sobre a América Latina. E tudo foi concluído com um coquetel oferecido pelo consulado. No final, o fato de termos sido jogados no corredor acabou favorecendo uma maior inter-relação e comunicação de todos. Vários me disseram: Você poderia ter vários outros lugares para fazer este lançamento. Por que fazê-lo aqui neste lugar onde as pessoas responsáveis agiram com tanta arrogância e frieza na relação? Para mim foi uma boa experiência porque conseguimos, independentemente da falta de acolhida da livraria, fazer um evento afetuoso e amigo.