Nesse domingo, a Igreja Católica celebra a festa da Santíssima Trindade. Uma celebração criada na Idade Média para afirmar o dogma trinitário. Atualmente, as comunidades compreendem que a tradução mais simples e profunda dessa fé é a afirmação de que Deus é Amor.
Quando eu era jovem, a Igreja ensinava que Deus é Amor, mas não se podia dizer que o Amor é divino. Havia tantos senões e questões a colocar sobre as formas de amor humano. O amor que vem de Deus parecia ser somente uma forma de amor que a Igreja chamava de "caridade". Agora, compreendemos que todo amor, mesmo as formas menos profundas ou menos espirituais têm sempre em si chispas ou chamas do amor divino e nesse sentido todo amor é divino.
Se isso é verdade, temos de tirar algumas consequências. Já nos anos 70, Roger Schulz, o prior de Taizé, afirmava: "Deus só pode amar". Agora o papa Francisco retoma essa verdade. Infelizmente, muitos cristãos ainda mantém uma imagem de Deus mais ligada ao poder do que ao amor. E há pouco tempo, um Cardeal da Cúria Romana declarou que Deus é Misericórdia, mas isso tem limites. Só não disse qual limite.... Provavelmente, os limites dele. Conforme Jesus, Deus é misericórdia sem limites...E é mesmo só isso.
Como é importante resgatarmos a espiritualidade como caminho de amor, aprendizado permanente para nos tornar pessoas mais amorosas. "Deus é amor e quem vive o amor, vive em Deus e Deus permanece nessa pessoa" (1 Jo 4, 16).