Nos Andes, nesta noite, os índios recordam que em 1780 explodia contra o império colonizador a revolta indígena comandada por Tupac Amaru, o filho do sol,. descendente do último Inca e que tentou unir os índios de várias nações para alcançarem a liberdade.Ganhou várias batalhas e quando percebeu que poderia até ganhar, mas provocaria a morte de muitos irmãos e irmãs, resolveu se entregar. Até então, quando os espanhóis tentavam saber quem era esse tal de Tupac Amaru, todos os índios respondiam: Somos todos Tupac Amaru. E os opressores nunca conseguiriam prendê-lo, se ele mesmo, para evitar mais mortes, não tivesse se entregado. Os seus companheiros gritavam que o seu espírito continuaria sempre vivo e retomaria permanentemente até os povos indígenas serem verdadeiramente livres. Atualmente não podemos ainda dizer que estão livres, mas tanto na Bolívia como no Peru, como no Equador, têm governos que são bem mais favoráveis aos índios e que possibilitaram até mudanças legais (hoje esses países se consideram pluri-étnicos) e mesmo se o governo da Bolívia enfrentou nesses dias uma revolta indígena, soube ceder e fazer o que os índios pediam. Esse processo que na Bolívia se chama revolução indígena e, no Equador, processo cidadão, em breve chegará por aqui. Mesmo sem novos Tupac Amaru e sem revolução violenta, há um protagonismo novo dos movimentos indígenas em todo o continente. Isso é aurora de um dia novo.