Aprendi com o Concílio Vaticano II a autonomia e comunhão das Igrejas locais. De acordo com essa visão, a Igreja de Roma é a que tem a função de manter a unidade entre as Igrejas. O papa, bispo de Roma, hoje e amanhã, faz um gesto nessa direção. Para comemorar 25 anos do famoso encontro inter-religioso de Assis promovido e coordenado em 1986 pelo papa João Paulo II, este atual refaz o convite para líderes e representantes das religiões e faz uma peregrinação junto com eles a Assis. O modelo de encontro, a forma como ele se dá é tímida e cheia de medos. Medo do relativismo religioso (as pessoas não devem pensar que toda religião é igual e tanto faz), o medo do sincretismo (Deus nos livre de misturar religiões) e outros medos. Dessa vez, estão também convidados pessoas não religiosas que trabalham pela paz e justiça. Ótimo. E este papa, que se preocupa sempre com a verdade, deu ao evento do dia de amanhã o tema: "peregrinos da verdade, peregrinos da paz". Penso que nós todos devemos nos sentir incluídos e convidados a essa peregrinação que não será só do dia de amanhã, mas de toda a nossa vida.