Estou lendo o livro do Rubem Alves "Variações sobre o prazer" (Ed. Planeta). Há algum tempo, alguém que quis me criticar (como cristão anárquico e herege) me comparou com Rubem Alves em seus escritos. Essa pessoa não imaginava que me senti muito honrado pela comparação. Não penso estar à altura de um dos pioneiros da teologia da libertação e que une tão bem teologia, psicologia profunda e poesia profética. De qualquer modo, concordo com tudo o que leio dele. Nesse livro ele parte de uma idéia de Gaston Bachelard: "Para além de todas as misérias, o universo tem um destino de felicidade. O ser humano deve reencontrar o paraíso". Concordo com Rubem que, geralmente, as Igrejas e religiões têm imensa dificuldade de juntar espiritualidade e prazer e isso é fundamental. Como também o importante não é apenas olhar o fim do caminho, mas é cuidar da travessia, portanto o aqui e agora. Como dizia o Riobaldo do Grande Sertão (de Guimarães Rosa): "O real não está nem na saída nem na chegada. ele se dispõe para nós na travessia".